domingo, 30 de novembro de 2008

Aceitem-me como sou!

Nasci do corpo de uma mulher maravilhosa E de um homem muito machista Eles me fizeram com muito amor e carinho Mas esqueceram um pormenor poderia eu ser o que Homem ou mulher? X ou Y? Ou os dois Quem iria saber antes de eu nascer Considero-me negro por fora e branco por dentro Odeio-me mais que os outros possam odiar-me Com esta triste sina que cá vive dentro de mim Quando era pequeno ninguém percebia Hoje cresci e todos apontam os dedos para onde passo As mulheres não me querem todas me rejeitam Talvez pelo fato de logo perceberem meu lado afeminado Eu não escolhi foi assim mesmo que nasci Gosto das mulheres são todas femininas e por isso que Sempre me identifico olhando para elas me vejo nelas Não quero ser meio a meio quero ser mulher por inteiro Por isso resolvi fazer uma cirurgia de transmutação Será que este povo vai entender esta minha opção? Mas antes disso preciso trabalhar para ajudar a família Que não são poucos não são ao todo sete irmãos E terei que contar a todos como sofro com esta mutação Talvez eles já saibam apenas não querem me magoar É impossível conviver e não ver que de homem nada tenho Mas o tempo foi passando e nada foi resolvido E, eu caí na gandaia da vida de libertinagem sem pensar Agora sofro demasiadamente com esta situação Pois descobri que estou condenado agora já nada importa A Sida me foi transmitida sem pedir licença entrou Alojou-se no meu sangue e agora estou perdido Agarro-me na vida peço a Deus por mais um dia Não quero morrer desta triste doença, mas sei que é letal E pensativo aqui nesta cama de hospital olho ao redor E as lágrimas caem por eu ter sido tão infeliz Jamais realizei meu sonho e hoje estou sozinho Sem um amigo que possa oferecer apoio a este moribundo Que jaz aqui neste leito esperando seu fim....

Um comentário:

vinhaça disse...
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